Falta D'água

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

  Assistir o Jornal é deprimente, porém não assistir me torna uma ignorante e iludida de um mundo perfeito. Os reservatórios estão secando, cidades estão sendo alagadas por água barrenta e nojenta; estamos nos perdendo, estamos todos morrendo e ninguém percebe, acreditam que a tecnologia salvará o mundo, mas não percebem que é justamente isso que o mata. Em  pouco tempo, a Terra está quente e esgotada. E talvez haja um céu, talvez simplesmente tudo acabe. Não gosto de pensar na morte, mas é justamente o que eu penso o dia inteiro
  Mas enfim, como estão girls? Eu acho que estou desistindo da ana. Estou comendo a cada três horas, e acabo comendo muito. Meu estômago pesa, fico agoniada, a comida queima dentro de mil. Mil kcal por dia é-saudável-e-é-o-certo-a-fazer. Estou com 500 gramas a menos - acho que engordei, mas só me pesarei no fim do mês que vem.
  Eu tirei a massa, e embora a desgramada da minha amiga me faça comer um monte quando a encontro e tenho erros aqui e ali, até que estou bem. Saber que não posso comer massa me dá mais controle durante o dia, do contrário, já teria atacado as bolachas ou pão com requeijão. Vou continuar assim, posso ter tirado a massa mas como muito doce - leite condensado, leite com suco e queijo - então, na virada para fevereiro, cortarei também os derivados de leite. E aí tentarei me virar com os legumes e frutas. Estou agoniada com meu corpo, minha barriga salta do corpo, não é lisa como e uma garota normal e bonita porque-eu-não-sou-uma-garota-normal-e-bonita.
 Não sei, sinceramente, mais o que falar. Estou cansada, agoniada, ansiosa, cheia, vazia de sentimentos, confusa, magoada... Não sei o que fazer da minha vida agora. Estou perdida, tenho que estudar, tenho que ser inteligente, tenho que ser a boa garota, tenho que arrumar a casa. Tenho que manter a boca fechada.
  Se eu não comer muito, sobra comida para meus irmãos e minha mãe, assim ela gasta menos, assim ela paga mais conta, assim ela ajunta dinheiro, assim ela me ajuda a ir pro Rio, assim faço minha faculdade e realizo meu sonho. Mas acho que vai todo mundo se ferrar com falta de água-luz e o aquecimento global e etc etc etc. Talvez eu nem entre na faculdade, sou tão fracassada...
 Agh, queria vomitar tudo. Mas sou uma menina-saudável-e-forte-que-não-vomita-a-janta.
  Até breve girls. Espero atualizá-la com notícias boas, e, inclusive, uns dois kg a menos!

Dia do Lixo

sábado, 17 de janeiro de 2015

Então gente, comi pra caralho.
  Foi horrível, provavelmente estou com 63kg mas não vou me pesar. Não até ver diferença no corpo. Fui na casa de minha amiga e ela me fez comer tanto... e pior, MASSA. Então, lá vai eu, tentar de novo a partir e amanhã. O que eu vou fazer é simples,sem dieta nem radical demais. Estou, graças a Ana, me acostumando a não comer massa, e embora minha amiga tenha me feito comer demais... volto para isso, não comer massa por o máximo de tempo que conseguir (pra sempre serve?) e tirar a carne também. O resto "posso" comer. Vou tentar manter as 400 kcal, mas não sei... Espero conseguir, tenho que caminhar, e agora com o skate posso aproveitar mais.
 Estou cansada de ser essa obesa imensa e nojenta :(  estou cansada de ser eu :(

Voar para longe...

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

 É incrível como eu gosto da vida, mesmo que ela me dê alguns socos e chutes na cara... Ultimamente essas coisas pararam de me afetar. Talvez quando eu percebi que esses socos eram ensinamentos e que a vida era uma dádiva,e que esse mundo é meu paraíso cheio de intrusos, a maioria indesejável. Acho que eu não deveria estar aqui, em um post dedicado a um mundo de tristeza e problemas com nosso interior, mas estou dividida entre a boa e a má pessoa. Não é como se eu fosse dar um basta e dizer que serei saudável e boazinha, ir para a igreja todo final de semana e comer-mil-e-poucas-calorias-por-dia e entender que sou-linda-assim-e-Deus-me-quis-assim-e-devo-me-amar-pois-sou-amável. Eu não consigo, embora goste de enfiar comida na boca, tenho receio de voltar a afundar os dedos na garganta e essa chama de vida desaparecer, mas ao mesmo tempo sinto que os cortes e a comida saindo por onde entrou fazem parte dessa chama da vida.
  Acho que comecei a gostar da vida quando percebi que ela é frágil. Uma caixa de remédio, um corte mais profundo ou um simples salto nos trilhos do trem termina o que milhares de pessoas lutam para manter; a vida parece tão fixa, mas ela é a coisa mais frágil que temos. Uma simples esquina virada errada, um simples passo para frente e tudo é destruído. Acho que quando me toquei que não sou uma regra desse mundo mórbido e degradante, comecei a apreciar as coisas ao meu redor. O belo sol alaranjado no fim da tarde de verão, as ruas aos poucos sendo iluminada pelo calor da manhã de mais um dia comum para os trabalhadores, os carros passando rapidamente, todo ser com seus problemas se sentindo únicos, sem saber que são todos iguais. As simples coisas da vida, as simples memórias da infância me faz respirar fundo e pensar que é bom estar viva, e talvez eu esteja tão concentrada nessas coisas boas que eu esteja fazendo coisas boas, ou tentando enxergar a beleza na desgraça, apenas para passar mais um dia, mais uma semana.. mais um mês. Tento aproveitar ao máximo que pode, aprecio as árvores que se movem ao vento, os morros que contornam o céu azul e as pessoas sem significado algum para mim apenas enfeitam, ou "enfeiam" a paisagem em minha frente.
  Alguns momentos me bate o desespero, como aquele momento em que o brinquedo de um parque vira de ponta cabeça e você fica gritando, suspenso no ar, achando que a catraca vai se quebrar e você vai cair, e pior que morrer é ficar na dor e paralisia total. Em alguns momentos, não sei porque as lágrimas saem de meus olhos, apenas sei que me deixo levar pelas músicas tristes e tocantes e penso em todos os motivos que me fazem enlouquecer; me sinto egoísta, enquanto dizem que eu ajudo muito mais do que devo, sinto que estou fazendo pouco. Me sinto incapacitada, e olho ao meu redor, percebo que estou sozinha. Acho que tem algo errado comigo, pois vejo todos com seus amigos nos finais de semana e, bem, lá estou eu, caminhando sozinha pelas ruas e parando hora ou outra para conversar banalidades com desconhecidos, sorrindo de verdade ao falar com a dona de um cachorro de rua ou rindo das piadas de um dono de bar, discutindo política com o motorista ou sobre o calor na fila do mercado. Não consigo fazer as amizades durarem, acho que o cadeado está quebrado e qualquer um se desprende rapidamente de mim como se não houvesse nada interessante em meu interior. Coleciono objetos pequenos para dias agradáveis e colo-os em um caderno repleto de memórias, coleciono pequenas coisas, inúteis e até desagradáveis por estar com um interior vazio. Coleciono experiência e imagens bonitas, coleciono histórias de desconhecidos e seus ensinamentos por não ter nada de agradável que eu possa produzir. Sou uma mochileira, todo final de semana coloco minha mochila nas costas e vou para algum lugar -não tão longe quanto gostaria, mas um passo de cada vez. Estou sozinha, como sempre. Caminhando por ruas estranhas e pegando ônibus de itinerários diferentes. Ninguém gosta de me acompanhar, porque sou o típico clichê adolescente de "ninguém me entende". Não faço parte dos jovens atuais que tiram foto de si mesmo em um grupo, que vão em uma pizzaria sexta a noite e dão risada entre si. Não faço parte das que se arrumam e buscam garotos no shopping, na escola ou na praça. Faço parte dos livros, música e filme, passo o dia assistindo jornal, lendo, estudando ou escrevendo, enquanto a maioria sai com os amigos, assiste novela e discute beleza e futebol. Essas futilidades não me são o suficiente. Sou complicada de agradar, sou um desafio que não vale a pena, aquela estrada velha e emburacada que promete paisagens lindas mas está devastada pelo aquecimento global e depredação humana. Não aguento ficar em uma igreja, um-dos-maiores-e-melhores-ciclos-sociais-segundo-minha-mãe, apesar de amar o Criador e honrá-lo, meus desejos, pensamentos e atitudes não são tão aceitáveis mesmo que não sejam tão erradas. Não consigo agradecê-lo entre quatro paredes com hinos longos e desinteressantes para mim, só consigo agradecê-lo quando sinto o vento bater contra meu rosto, quando vejo os morros, as árvores e  o sol nascendo e se pondo... Coisas do dia-a-dia me lembram dele, e entrego minha vida a Ele, não consigo fazer isso em horários específicos e viver em comunhão, eu amo o próximo... Aquele mendigo em que não posso ajudar por ser pobre e fracassada, aquele animal que, por não ter meu próprio lar e renda mensal, não posso tirá-lo das ruas e cuidar com todo amor que meu imenso coração esfaqueado e costurado com linha colorida e mal feita assim como o fundo de minha mochila antiga pode oferecer. Aquelas pessoas que oram todas as noites não me agradam, eles cravaram suas facas em minhas costas quando tentei fazer parte deles, e quando me recolhi com os pulsos manchados e rosto molhado de humilhação, arrependimento e amargura, fui facilmente de ser esquecida assim como todos os por-do-sol que eles nem fazem questão de apreciar. Sinto-me pequena cercada de gigantes, desarmada diante tantas facas e flechas apontadas para mim, então me recolho em meu canto e quando não faço barulho nem me mexo rápido demais, posso conhecer minha casa, que é meu país, e lutar para atravessar a porta e conhecer meu quintal, que é esse mundo. Embora não possa expulsar os parasitas que causam guerras e destruição, tento me focar na parte boa e pequenas coisas que posso muda. Porém aquele momento de tristeza bate, e lá estou eu me sentindo indigna e assombrada pelos fantasmas do passado, embora atualmente eu já tenha sido esquecida por aqueles que juraram me ajudar e sua amizade e compreensão, meu cérebro insiste em esfregar em minha cara os meus erros, assim como fazemos com um cachorro quando ele faz suas necessidades perto do sofá novo e bonito e logo aprendem a fazerem no quintal. Eu juro que aprendi com meus erros, e talvez eu tenha levado ao lado extremo não me envolver demais, me abrir significa levar facadas, e se eu sangrar mais um pouco, talvez não tenha mais sangue para próximas vezes, então eu tenho que recolher, e erguer imensas barreiras como os EUA fazem na divisa do México, mas fortes como a Muralha da China e tão... Fria, quanto o muro de Berlim. Fui detonada como hiroshima pela bomba atômica, mas assim como os países aprenderam com os perigos das armas nucleares e a segunda guerra mundial, assim como os torturados entenderam sobre o enfim direito de escolha presidencial tanto sofrida durante a ditadura militar, estou mais forte, me armando, me preparando e demonstrando neutra, mas se sofrer outro ataque surpresa para devastar o mais frágil terreno como  Haiti a 5 anos e 1 dia, estarei pronta e não tão frágil, estarei com minhas naves espaciais estilo a NASA para me proteger da radiação e as armas do Iraque para contra-atacar. Por enquanto, vivo parcialmente um período da guerra fria comigo mesma. Mostrarei o quão forte e equipada estou, mas não atacarei ou me recolherei até o primeiro sinal concreto de ameaça, mas estou tão viciada em observar os ataques e as pessoas ao meu redor, como Obama vigiando um país tão neutro externamente como o Brasil.
   Mas, qual é, por dentro eu sou apenas mais um Judeu amedrontado no holocausto, uma criança temendo o banho de ácido querendo o colo da mãe e do pai, mas eles estão longe demais para me socorrer. Estou com tremedeira, dores e pesadelos, e muita das vezes não me seguro e corro para aquele carinho que apenas meu pai, aquele alcoolatra indeciso e problemático consigo mesmo possa provocar, e embora eu vá ser atacada, assim como sou com minha tia do mesmo sangue rígido de meu pai, os poucos momentos de felicidade parecem curar as feridas de minha alma arrebentada. Mas tenho que deixar essa exploração de lado, parar de fechar meus olhos para a corrupção e voltar ao armamento que contrui a vida inteira de sofrimento.
 Mas... Ao mesmo tempo, sinto-me indecisa. Me fechar por inteiro seria me privar do amor, embora eu não acredite que ele venha - da mesma forma que esperar um ônibus as duas da madrugada na rua deserta... - ou devo me deixar ser destruída e engolir a água salgada e poluída do mar apenas para aproveitar a vista embaçada do coral?

Ciclos da vida

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

  É um ciclo, tanto filosófico quanto do meio ambiente. Olhe como está quente, e o sol ardendo e o céu azul, bem azul, pouquíssimas nuvens enfeitam o céu, e então, começa a se juntar, começa a escurecer, tudo fica cinza e bum, a tempestade quase derruba a árvore da casa vizinha, o vento foi tão forte que derrubou umas madeiras no batente, tudo estava escuro, mal dava pra notar a torre pequena com sua luz vermelha brilhante de tão forte que estava, você podia ver a força do vento e quase ouvi-lo, zombando de você. E no jornal, lixo sendo arrastado, carros lutando em água poluída de erros e hipocrisia, árvores cansadas de tentarem caindo e caindo causando mais estragos. Maldito ciclo da vida, que após essa tempestade de poucos minutos, em que o raio iluminava tudo e o trovão tremia os vidros e nos assustava como a voz de um pai bêbado após o serviço, que destruiu casas, lojas e planos brilhantes e limpos, o céu fica limpo novamente, quase como um pedido de desculpa e riso de sua cara. Os pássaros aqui perto cantam, parece que você teve apenas um pesadelo, mas as cicatrizes ardem em seus pulsos enquanto o jornal mostra todos os estragos, a maioria irreparável quanto a mulher na linha do trem. O sol está bonito, amarelo fraco em contraste com o azul e algumas nuvens  embaçadas entre cinza e branco, a árvore não balança mais, não há berros nem tremor dos trovões, nem sendo obrigado a apagar as luzes e se esconder embaixo das cobertas com medo dos xingamentos lançados tão rápidos e perigosos como os relâmpagos, palavras bonitas quanto o corto branco-roxo no céu escuro que são como facas afiadas te destruindo de dentro para fora.
  Eu não a vi se jogar, mas vi o trem um tanto fora do trilho, e vários funcionários de colete verde claro e alguns com luvas brancas e fedidas de médicos mexendo nas rodas, enquanto muitas pessoas se aglomeravam, algumas curiosas, irritadas, apavoradas ou desinteressadas. Grades foram colocadas para espantar os curiosos e emocionados, aquela manhã ensolarada e calorenta de sábado foi manchada assim como os trilhos de sangue e pedaço do corpo esmagado por rodas pesadas e imensa de um trem vermelho comum. Disseram que ela era nova, eu vi seu sapatinho branco e seu colar verde e rosa jogado nos trilhos. Disseram que houve um freio forte, um impacto, um susto e uma perna de cada lado dos trilhos, escondida em pedaços por sacos pretos embaixo da plataforna "nada pode ser divulgado até o consentimento da família" mas muito já sabiam, testemunharam com tristeza e agonia enquanto a mulher se jogava nos trilho do trem. É horrível, não é? Saber que não é a única que pensa na morte, mas talvez a única que não quer de fato conhecê-la. É estranho gostar da vida ao mesmo tempo que quer desistir, é como aquele sonho bonito que você sabe que foi bom mas desiste de se lembrar, dói demais a cabeça para continuar. Ela pulou, e eu não. É tão simples se matar, e a maioria das pessoas evita a morte enquanto ela está estampada em nossa frente. Ela pulou, e eu estou aqui escrevendo pra poder desabafar sobre minha busca dessa anônima corajosa e infeliz, descobri que se chama Claudinha, e tinha uma filha. Ela era tão bonita! E a família achou estranho, "suicídio? Não acredito nisso" e eu não sei, ás vezes a pessoa passa anos ao nosso lado e não sabemos que seu mais profundo desejo não é um namorado ou um milhão de reais, mas sim cometer o simples ato de cair nos trilhos enquanto o trem se aproxima e BUM, a dor deve ser horrenda, mas rápida. Em poucos segundos você cai no que não podemos prever.
  Deus! Como eu falo!
   Perdão por não responder os comentários, acho que é algo com a html que pode prejudicar... tentarei arrumar, sinto-me mal deixando-as no vácuo... mas eu leio, eu juro, penso na resposta e não consigo escrevê-la. Bem vinda, Mafalda. E eu sei como é gostar do por-do-sol, gosto dele também, acho-o mais lindo que o nascer do sol em questão de, bem, beleza. kk' Juca, também me pergunto "onde foi que errei", eu era uma criança feliz, embora eu não seja extremamente triste, mas havia algo mais colorido que estou tentando resgatar, mas esse ódio que sinto por mim mesma... Ah, ele é forte, é um vermelho berrante que sinto vontade de fazer sangrar pelos pulsos apenas para ter certeza de que é real. Eu não consigo, sou apenas mais uma no mundo, insignificante e fácil de ser esquecida. Eu sou cheia de erros e fracassos comigo mesma, decepciono algumas pessoas por não tentar mais, por não ser boa demais. Me sinto insuficiente para todos ao meu redor, inclusive para esse furacão dentro e mim mesma. "Você é tão nova!" as pessoas dizem "mas tem mentalidade de BEM mais velha. Isso é bom e perigoso" e eles pedem que eu tente mais, e eu estou cansada. Eu quero um emprego, eu estou tentando mas agora só me resta aguardar. Eu quero passar na faculdade, estou forçando meu cérebro a aprender o que estudo e gostar disso para não parecer obrigação. Eu quero ter amigos, juro que tento me incluir em círculos na escola, mas meus assuntos e interesses não são os mesmos que os deles; pessoas mais velhas me entendem, me escutam e falam comigo. Eu não consigo me importar com a vida daquele cantor ou maquiagem e cabelo, embora, como mulher, devesse tal coisa. Deixei de me importar com meu rosto destruído pelas espinhas, isso não ME afeta mais. Não sou uma pessoa apaixonante, meus amigos são poucos porque são aqueles que tenho há anos, quando era uma pessoa mais sociável e menos complicada. Não consigo deixar que me toquem, que entrem em minha mente e baguncem meu coração. Eu gosto de sair, pegar um ônibus e escutar uma das 1500 músicas que tenho no celular, gosto de observar as ruas bonitas, gosto dessa calmaria. Gosto de conhecer um lugar novo. Odeio quando vou sozinha, mas também odeio estar acompanhada, é uma confusão, linhas opostas brigam por território e são igualmente fortes e armadas, quase impossível de vencer. Vou viver assim, sempre. Até, bem, quando isso acabar.
  Mas não pularei nos trilhos do metrô, não quero uma plateia de desinteressados, em que pouquíssimos se sentem comovidos de verdade e buscam saber mais sobre a pessoa - e eu queria TANTO saber o que ela pensou por último, quais foram seus reais motivos e se foi MESMO suicídio... - eu provavelmente me jogaria de um penhasco, apreciando a sensação de voar e, por fim, deixando que a imensidão azul me devore e me faça um de seus segredos. É a morte mais poética, agradável e desejável que tenho. Mas gosto tanto da vida que não sei quando enfim teria coragem de fazer... talvez apenas quando sentir que me tornei realmente mais uma, que deixei a vida ir embora e só respiro por obrigação. Antes de isso acontecer, de ser mais uma sobrevivente apenas, eu, com certeza, serei levada pela imensidão azul até ninguém nunca poder descobrir onde estou e o que realmente aconteceu.

Estupidez Paulistana e Manhã agradável

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

   Gosto de acordar cedo, contradizendo aquela famosa e lotada comunidade do Orkut - descanse em paz, amigo :( - "Eu odeio acordar cedo". Gosto desse sentimento de que "a vida começa" pessoas indo trabalhar - não vejo a hora de fazer parte desses trabalhadores - o dia nasce bonito, vejo a casa em minha frente sendo iluminada aos poucos pelo sol, os prédios bem lá no fundo já iluminados e os carros passando pela anchieta bem lá no fundo, o jornal passando as principais notícias do mundo, sobre o tempo... Acho que isso é algo de infância, quando eu acordava cedo após minha mãe colocar meu irmão na escola, ela estava fazendo alguma coisa pra arrumar a casa, ou seus crochês que meu pai tanto reclamava e, no final, foram eles que construíram dois quartos e colocaram telhado na casa. Ou de quando eu saia cedo para o trabalho com meu pai, ou algum médico bobo de rotina.. Nao sei dizer, era tudo tão gostoso. Meu pai se arrumando, calmo, sóbrio, tomando seu café e vestido sua camisa. Antes ele usava gravata... Ele gostava de se cuidar. Ah, que saudade.
  Gosto de andar pelas ruas de minha nova cidade. Lembra infância. Quando eu vinha para a casa do meu primo ou de minha outra tia. E os momentos agradáveis que passava lá. Coisas banais, mas tão gostosas... Me lembro disso e parece que um meu coração recebe uma carícia agradável... Gostaria de voltar a viver momentos assim, brevemente, só para me lembrar com mais nitidez e ficar feliz por mais tempo. Andar por esse lugar parece que faz tudo voltar com uma forma tão gostosa...
  No jornal mostra estúpidos depredando duas estações de trem em São Paulo. Três ônibus queimado, milhões e milhões de reais tostando bem em nossa frente. E ninguém fez nada pois não há nada para fazer. Reclamam do aumento da tarifa - eu também odiei, e como odiei... - mas não entendem que o maior motivo para o aumento é a depredação, a queima dos ônibus, o lixo que joga em local indevido... Os novos ônibus possuem ar condicionado, janelas grandes e lisas que nos dão a chance de apreciar a paisagem, wifi - embora eu não tenha nem tentando usar kk - e possuem mais conforto. EU entendo, governo corrupto, nem tudo é perfeito. Mas é um ciclo cansativo e ninguém se dá o trabalho de entender ou quebrá-lo. Acho nojento pessoas que fazem isso. Pessoas que oram por benção e dinheiro e jogam animal na rua, pedem que Deus a ajude mas passa na frente do mendigo e não oferece um pedaço do pão que logo jogará fora, ou algumas moedas áquele cantor pobre de aparência descuidada no centro. "Ele comprará bebida". Não oferece uma tigela de água a um cachorro de rua, não comprar uma garrafinha de água ao senhor deitado na frente de uma loja abandonada, não guardam o lixinho na bolsa, soltar no ar é mais fácil "Estou dando mais trabalho ao lixeiro" usam como desculpa, mas isso só mostra o quão estúpida a pessoa é. E deveria, ELA, pagar por impostos maior. Reclama do calor, mas não planta uma árvore. Reclama de sede, mas não economizam água. Reclamam da poluição, mas não tem a capacidade de separar o lixo reciclável e ajudar tanto sua cidade quanto ao meio ambiente. Reclama da Presidenta, mas não busca por SEU direito, por conhecer. Essas pessoas me dão nojo, embora eu não esteja no direito de julgá-la. Essas pessoas não entendem que não existe futuro, em pouco tempo, explodiremos em fogo. As temperaturas aumenta, o clima oscila, e a água doce se polui com erros e vergonha de pessoas sem caráter.
  Me sinto incomodada, queria mudar o mundo. Queria que as pessoas entendesse... Mas sou tão insignificante como um grão de areia.

Feliz 2015?

domingo, 4 de janeiro de 2015

  Olá garotas!
   Desculpe a demora por atualização e não ter respondido aos comentários, quero agradecer pela força que deram em relação a minha avó. Ainda me sinto... frágil. Passei em frente a casa dela ontem e na volta para casa não parei de chorar. É doloroso me lembrar que ela simplesmente não está lá.
  Enfim... emagreci as 500g que engordei no nata! weee. Isso foi em meu delicioso passeio no Rio de Janeiro. Eu caminhava direto na praia e, bem, não saia do mar. AInda mais por minha tia ter me feito ficar de biquini o tempo inteiro, ao menos embaixo d'água era menos provável notarem minha gordura. Eu estou imensa, o que não é surpresa. 63kg! Mas eu prometi que essa semana - iniciando ontem - eu emagreceria 2kg. Eu comi 1150 kcal hoje - um absurdo, eu sei - e caminhei apenas uma hora. Eu tenho que costurar minha boca esse ano, mas o que mais está me dando força pra não comer é pensar que, se eu comer, estarei gastando comida de casa. Tendo pouca comida, gastaremos mais dinheiro, estamos cheios de dívidas e eu quero meu curso de inglês também. Então... economizar, garotas. É melhor manter a boca fechada, o mercado custa caro.
  Passei mesmo para dar um "Oi" e desejar um 2015 abençoado, que seja possível atingirmos nossas metas e sermos, finalmente, felizes.
  Espero que a passagem do ano de vocês tenham sido tão lindas quanto a minha - aliás, mais. Porque o que realmente marcou minha passagem foram os fogos de Copacabana, mas só isso me deixou mais feliz que o ano inteiro! kkk
  Até breve, espero quando vir aqui poder dizer que eu emagreci os 2kg e lutar para emagrecer mais 2! kk

Saudações e Adeus

sábado, 27 de dezembro de 2014

  Não vou esconder de vocês que estou comendo igual uma pessoa normal, uma gorda normal que acha que pode comer. Embora eu sempre encho o prato e apenas como metade, sentindo meu estômago se contrair por não querer todo aquele lixo. Mas eu estou lá, enfiando comida em minha boca e não sei porque. 1kg a mais, 1kg longe da minha meta. Mas não importa, não estou comendo como "despedida", estou comendo porque sou estúpida, mas eu sei que esse lixo que sou, que enfia comida pela garganta sem pensar ficará nos erros de 2014. Não que eu esteja esperando o calendário virar de página para me entregar a "ana", mas apenas estou me deixando normal, porém todos os esforços que farei a partir do dia 1 mudará completamente, e eu atingirei minha meta antes de março. Os erros ficarão no passado. Assim como os acertos, serei uma pessoa nova.
  Mas não é só disso que vim falar..
  Minha avó de consideração faleceu. Aquela senhora de cabelos brancos e olhos azuis, cheios de vida e fazendo piada. Graças ao bom Deus não sofreu tanto, mas ela se foi... Toda aquela alegria que ela emanava se foi. Me deram esperança de que ela estava boa, apesar da perna amputada estava fazendo graça em ser perneta, estava rindo, perguntando se poderia beber uma cerveja. Me deram esperança de que tudo daria certo até que me liga dizendo que ela faleceu de parada respiratória, na sexta, as 20h30. A notícia foi tão forte que eu parei no hospital, vomitei tanto que até saiu sangue, me senti tão tonta que não me lembro de ter entrado na ambulância nem mesmo no hospital, apenas da mulher loura furando meu braço pra achar a veia, e um filme de alies ou algo do gênero passando na Globo. Eu sai tão tonta e sono do hospital que não me lembro de ter chego em casa, de ter trocado de roupa e me jogado na cama. Só me lembro de acordar com a gata lambendo meu pé.
"Está comendo direito?"
"Sim, senhor"
"Abusou do chocolate? Coisas Gordurosas?"
"Até que não, senhor"
  Me entupiram de calmante e soro e remédio para ânsia. Comi tanto hoje que estou surpresa. Me pesei e não me surpreendi com um kg a mais - jurei que seriam 2kg a mais - mas enfim...
  Terça eu viajo para o rio. A gorda entrará no mar de camiseta e short, claro. Estou tão feliz por viajar, mas tão triste por ter me deixado chegar nesse ponto; obesa maldita!
  Mas tudo isso ficará para trás. E não importa o quanto eu acertei, o quanto eu errei. Em 2015 começarei uma nova fase de emagrecimento, não sei se serei totalmente da ana, mas sei que saudável eu não serei. Me entregarei aquilo que me fará emagrecer, apenas, me entregarei a esse desejo sombrio no fundo do meu ser. Vou deixar essa gordura sair de mim, rapidamente.
  Mas também sou grata. Pelo menos esse ano eu não engordei tudo aquilo que emagreci em 2013. Pelo menos isso, não?
 Feliz ano novo girls, espero que 2015 leve toda essa gordura maldita de nós.







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